SUSTENTABILIDADE - UMA NOVA QUALIFICAÇÃO PARA O
DESENVOLVIMENTO
A noção de sustentabilidade está associada às de
estabilidade, de permanência no tempo, de
durabilidade.
Foi proposta no início da década de 70, em estudos de
cunho ecológico (sustentabilidade biológica),
que focalizavam a interdependência entre uma população
e os recursos de seu ambiente. Mas foi
nos anos 80 que se estendeu sua abrangência para
abarcar as relações entre desenvolvimento e meio
ambiente, no processo de preparação da Conferência da
ONU que ocorreu no Rio de Janeiro em
1992.(8)
O conceito de desenvolvimento sustentável é a pedra de
toque do relatório que a Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento apresentou à ONU,
sob o nome de Nosso Futuro Comum
(9).
Parte-se da constatação de que não bastam as
políticas ambientais compensatórias ou corretivas
"que visam aos sintomas do crescimento prejudicial.
(...) É necessária uma nova abordagem, pela
qual todas as nações visem a um tipo de
desenvolvimento que integre a produção com a
conservação e ampliação dos recursos, e que as
vincule aos objetivos de dar a todos uma base
adequada de subsistência e um acesso eqüitativo aos
recursos. O conceito de desenvolvimento
sustentável fornece uma estrutura para a integração
de políticas ambientais e estratégias de
desenvolvimento".(10)
Muitos autores têm questionado as possibilidades de
aplicação desse conceito e sua
operacionalidade. Outros têm mostrado a existência de
um campo de disputa sobre seu significado e
sentido, dado o uso diverso que dele fazem atores com
interesses conflitantes.
Mas desde seu enunciado original, esse conceito tem tido
sua abrangência cada vez mais ampliada,
servindo de meio de articulação das dimensões
econômica, ambiental e social, vistas como
indissociáveis.
Tem se tornado indutor do encontro das propostas de
movimentos de afirmação dos mais diversos
direitos individuais e sociais, inclusive nas
conferências mundiais posteriores à do Rio de Janeiro
(11). Tem sido incorporado ao discurso e às agendas dos
organismos internacionais e das nações
signatárias dos acordos e convenções nelas
negociados. Tem liberado a criatividade e orientado a
prática de lideranças sociais e de formuladores e
gestores de políticas públicas. É disso que resulta
muito de sua força.
O adjetivo sustentável tem sido aplicado aos mais
diversos substantivos (transporte, consumo,
turismo sustentável) no sentido de qualificar qualquer
objeto de política pública, prática social ou
empreendimento que esteja de acordo com princípios de
sustentabilidade.
Desenvolvimento sustentável, portanto, não é um
estado, mas uma referência para processos que
possam anunciar uma transição desta para uma nova
sociedade, que nem precisaria se adjetivar.
Seguem alguns princípios de sustentabilidade (12):
- Prevenção: quase sempre é mais barato prevenir a
degradação, a poluição e o prejuízo social do
que mais tarde consertar o estrago.
- Precaução: quando há dúvidas sobre as
conseqüências ambientais e sociais de uma ação, deve-se
agir com cautela. Continuar uma atividade cujo impacto é
desconhecido enquanto se espera uma
prova científica de sua periculosidade é uma
imprudência. Deve haver avaliação prévia cuidadosa
dos impactos possíveis de cada opção entre várias
alternativas.
- Participação: as pessoas afetadas pelos resultados
do planejamento devem estar envolvidas na
formulação dos planos. O processo decisório de
governo deve prever divulgação das implicações
das decisões que estão sendo tomadas e participação
dos interessados.
- Proatividade: as ações devem ser orientadas pelas
oportunidades e não só pelos problemas. Isto
requer que se pense as questões de forma criativa e não
reativa, visando mais a prevenção de
problemas do que a cura de sintomas.
- Compensação: as pessoas e o ambiente devem ficar em
melhor situação como resultado de
qualquer ação ou empreendimento. Havendo piora
localizada das condições anteriores, deve haver
compensação aos prejudicados. Se a piora dá-se nas
condições ambientais (prejuízo de todos,
perante benefícios julgados mais relevantes), mas de
forma irreversível apesar de localizada, a
compensação poderia se dar por uma melhoria
amplificada em outra área, por exemplo.
- Compromisso com melhorias contínuas: comprometer-se a
fazer progresso contínuo em direção à
sustentabilidade (longo prazo) requer monitoramento dos
resultados das ações (evolução dos
indicadores) e identificação de oportunidades de
ampliação dos impactos positivos. Quanto maior a
velocidade da mudança, mais difícil e cara se torna a
transição. É preferível estabelecer-se metas
modestas mas factíveis, e persistir com esse
princípio.
- Poluidor pagador: o responsável por degradação,
poluição ou danos deve arcar com os custos de
remediá-los. É um princípio já recepcionado em
inúmeras leis brasileiras, especialmente quanto a
acidentes.
Disponível em: (http://www.mma.gov.br).
Acesso em : 21.set.2012.
Essa é uma nova etapa a globalização, onde todos estão voltados para o nova realidade do mundo em que é imprescindivel a sustentabilidade da saude como um todo, uma vez que é necessario essa mudança para um futuro saudável e sustentável para as próximas gerações.
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