Em minha ida a um Hospital de Belo
Horizonte, me deparei com uma cena que
deveria ser bastante estranha: Dois sacos de lixo jogados ao lado de uma porta
de quarto com pacientes. Perguntei a uma enfermeira e recebi como resposta que
o local devido estava cheio e que por isso haviam deixado ali até arrumarem outro
espaço para coloca-lo. No dia seguinte, voltei ao mesmo lugar e já na havia
mais nada ali.
Fiquei me perguntando onde teria sido jogado tais sacos e pesquisando
sobre cheguei a conclusão de que, provavelmente, foi jogado em um lixão ou
aterro sanitário de nossa Capital. Segundo pesquisa feita pelo IBGE em 2008,
uma em cada cinco cidades brasileiras fazem o mesmo ocorrido com o lixo hospitalar,
o que resulta em cerca de 35 mil toneladas por ano em todo o País.
Para piorar a situação, como municípios de menor porte não tem sequer
locais adequados para a deposição de lixo hospitalar, há um transporte via
terreste destes resíduos para cidades maiores, o que segundo especialistas
agrava ainda mais o risco de infecção para todas as pessoas, tanto as que vivem
perto de lixões quanto as que transitam nos arredores do meio de transporte.
Há uma legislação rígida quanto a
deposição de lixo hospitalar. O gerenciamento e a destinação dos resíduos de
saúde são regulamentados pelas Resoluções nº 306/2004, da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), e nº 358/2005, do Conselho Nacional de Meio
Ambiente (Conama), porem, pelo modo como podemos comprovar, não saem do papel.
Se os resíduos fossem depositados de acordo com a norma estabelecida
pela Anvisa, não haveria riscos para o meio ambiente ou para a população,
só que isto depende de nós lutarmos, vigiarmos e fazer valer a lei para que ela
continue sempre nos amparando.
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