quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O QUE É SAÚDE E SUSTENTABILIDADE:

A Saúde é um direito de todos e dever do Estado, segundo a Constituição Brasileira.
O conceito de Saúde, pensado sob a perspectiva do desenvolvimento humano e do desenvolvimento sustentável, deve considerar não só a esperança de vida ao nascer, mas também o direito de viver em um planeta saudável.

Amartya Sen, Prêmio Nobel da Economia de 1998, destaca uma mudança fundamental no modo de se entender o desenvolvimento econômico: a liberdade individual deve ser um comprometimento social. Só há desenvolvimento quando os benefícios do crescimento servem à ampliação das capacidades humanas, entendidas como o que as pessoas podem ser ou fazer na vida. Ter uma vida longa, saudável e digna; ser instruído; ter acesso aos recursos necessários básicos; e ser capaz de participar da vida da comunidade são as capacidades humanas mais elementares. Na ausência dessas quatro, estarão indisponíveis todas as outras possíveis escolhas e muitas oportunidades na vida permanecerão inacessíveis.

“Um número imenso de pessoas em todo o mundo é vítima de várias formas de privação de liberdade. Fomes coletivas continuam a ocorrer, muitas pessoas têm pouco acesso a serviços de saúde, saneamento básico ou água tratada, e passam a vida lutando contra uma morbidade desnecessária, com frequência sucumbindo a uma morte prematura, negando-se a milhões a liberdade básica de sobreviver”. (SEN, 1999)

O IDH - Índice do Desenvolvimento Humano é avaliado com base em três indicadores relacionados à educação, saúde e padrão de renda adequado. Não resta dúvida de que a saúde, portanto, é uma das medidas de desenvolvimento humano.

A ONU criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que em 1987 recomendou a criação da declaração universal sobre a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável - o Relatório “Nosso Futuro Comum”. O desenvolvimento sustentável refere-se ao desenvolvimento que atende às necessidades dos presentes, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades. Em seguida, a Rio-92, difundiu amplamente este conceito, passando a ser o objetivo da Agenda 21, um modelo seguido pela grande maioria dos países do globo.

Seguindo a mesma linha de Amartya Sen, Kofi Annan, então secretário-geral da ONU, por ocasião do Fórum Econômico Mundial de Davos em 1999, afirmou a necessidade de se trabalhar juntos para questões globais, as quais agrupou sob a óptica de três liberdades humanas fundamentais: a liberdade do querer, a liberdade do medo e a liberdade de gerações futuras sustentarem suas vidas neste planeta. Em setembro de 2000, os Estados-Membros da ONU estabeleceram 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (Metas para 2015), com a crescente preocupação de que a globalização econômica poderia vir a acarretar a degradação dos padrões sociais, ecológicos e dos direitos humanos. Ressalte-se que dos 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, 5 estão relacionados à saúde.

A gestão voltada para o desenvolvimento sustentável inclui processo de reflexão permanente sobre os diferentes modelos de desenvolvimento que estão sendo adotados e as direções a serem priorizadas neste terceiro milênio. Estudos mostram que as modificações ambientais provocadas pela ação do homem aumentam o risco de exposição a doenças e atuam negativamente na qualidade de vida da população, quer seja alterando significativamente os ambientes naturais, poluindo o meio ambiente físico, ou consumindo recursos naturais sem critérios adequados. As necessidades da população humana hoje excedem em 30% a capacidade biologicamente produtiva da Terra em supri-las (a pegada ecológica).

Segundo dados da WWF, a perda da biodiversidade verificada entre os anos de 1970 e 2000 foi de cerca de 35%, dimensão somente comparável a eventos de extinção em massa ocorridos apenas quatro ou cinco vezes durante os bilhões de anos da história da Terra; todos eles causados por desastres naturais mas jamais pelo ser humano, como agora.

Uma solução global requer que os indivíduos revejam seus valores e priorizem transformações em seus hábitos de consumo, padrões de energia e transporte, questionem necessidades; que se invista em inovação na busca de soluções para produzir riqueza com pegada ecológica decrescente; e que se contabilizem os custos ambientais ao longo das cadeias de valor que atendem às necessidades humanas. Faz-se necessária também, a inclusão da saúde nas políticas públicas ambientais. Neste sentido, é muito importante a informação, sensibilização e conscientização.

Annan propôs às empresas que estabelecessem um pacto global e aderissem a um conjunto de princípios sustentáveis e que, além de os praticarem nas suas organizações, os estendessem às suas esferas de influência. Isso permitiria às empresas socialmente responsáveis fazer da globalização um processo em que houvesse maior igualdade social e respeito ao meio ambiente, mobilizando forças, recursos e conhecimentos para atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU.

Uma empresa sustentável é aquela que contribui para o desenvolvimento sustentável ao gerar, simultaneamente, benefícios econômicos, sociais e ambientais – conhecidos como os três pilares da sustentabilidade. Como parte da responsabilidade socioambiental das empresas, a saúde pode e deve ser alvo de boas práticas empresariais.

A necessidade de melhoria das condições de saúde das populações pobres e marginalizadas representa um imenso desafio para os países em desenvolvimento, bem como obriga a esforços e parcerias para organizar sistemas de saúde baseados em prioridades sanitárias.

Neste curto período de tempo o conceito de saúde e sustentabilidade evoluiu, vem transpondo barreiras e alcançando a intersetorialidade, com receptividade e aceitação por parte de todos os atores da sociedade. Neste contexto, em dezembro de 2008 surge, o Instituto Saúde e Sustentabilidade inovando ao propor o conceito da promoção da saúde para o desenvolvimento sustentável.


Bibliografia:


O Que é Saúde e Sustentabilidade. Disponível em <http://www.saudeesustentabilidade.org.br/html/quem_somos/saude_sustentabilidade.html>. Acesso em 23 ago. 2012.

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